segunda-feira, 10 de junho de 2013

Personalidades globais pedem mais combate à corrupção e evasão fiscal

Promotores públicos, "caçadores de corruptos" e agora também bispos da Igreja Católica conclamam os líderes do G-8, reunindo as maiores economias desenvolvidas, a endurecer o combate à corrupção, lavagem de dinheiro e evasão fiscal, durante a cúpula que ocorrerá na semana que vem na Irlanda.
Um grupo de promotores de vários países enviou carta ao G-8 no fim de semana pedindo para adotarem medidas especialmente contra empresas de fachada, registradas em paraísos fiscais, que julgam serem usadas para esconder corrupção e lavagem de dinheiro.
O grupo fala de saques do Estado por políticos e funcionários inescrupulosos, e sugere que uma parte da solução é os governos coletarem informações e saberem precisamente quem está atrás de todas as companhias. Exorta o G-8 a enviar um sinal forte aos seus bancos que é inaceitável fazer negócios com políticos corruptos.
Entre os signatários estão Baltasar Garzon, jurista espanhol; Mark Pieth, chefe do Grupo da OCDE contra Suborno e apontado pela Fifa para investigar a corrupção no futebol; Manuel Garrido, ex-juiz anti-corrupção na Argentina, além do promotor público de São Paulo Sílvio Antônio Marques, que investigou dinheiro do ex-prefeito Paulo Maluf em bancos no estrangeiro.
Também bispos da Igreja Católica dos países do G-8 - EUA, Reino Unido, Alemanha, França, Itália, Canadá, Japão e Rússia - pediram aos líderes do G-8 para atacarem decisivamente a evasão fiscal e declararem que "pagar sua parte dos impostos é uma obrigação moral".
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, colocou a liberalização comercial, evasão fiscal e transparência na agenda da cúpula do G-8, que se reúne na semana que vem na Irlanda. Recentemente, ele disse ser favorável à publicação dos nomes dos beneficiários finais dos donos de empresas registradas em paraísos fiscais.
A avaliação é de que isso ajudaria a combater políticos corruptos, sonegadores e bandos organizados que usam empresas de fachada para esconder suas identidades e lavar dinheiro roubado.
A questão, no entanto, é se os governos são capazes de realmente cumprir o que prometem publicamente. Organizações não governamentais reclamam que boa parte dos trilhões de dólares escondidos em paraísos offshore estão em território britânico ou debaixo de sua jurisdição direta. Valor Econômico

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